Pré-campanha para concorrer a um cargo eletivo

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Neste artigo, vamos falar mais sobre a pré-campanha, que, como o próprio nome já diz, se refere ao período anterior à campanha eleitoral.

Se você deseja saber mais sobre esse importante artifício, continue a leitura e aprenda como a campanha deve ser pensada antes mesmo de começar!

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Porque a pré-campanha é um período tão importante?

A campanha eleitoral obedece a um rígido cronograma estabelecido por Lei. De acordo essa norma, o candidato tem um prazo de apenas 45 dias antes da eleição para lançar sua candidatura formal e realizar sua campanha. Somente nesse período que o candidato pode, de fato, investir verbas em grande escala voltadas para o marketing pessoal.

Independe de quantos recursos o candidato tenha acesso, é importante lembrar: pode-se comprar qualquer coisa para facilitar a candidatura, menos tempo.

Para conseguir construir uma campanha eficiente e que atinja a maior parte da população, o candidato deve ter de antemão bons recursos que facilitem o objetivo da sua eleição.

Dessa forma, o período de pré-campanha se torna muito importante, podendo durar de meses a 1 ano dependendo das pretensões do candidato.

Confira agora as vantagens e desvantagens do período de pré-campanha em comparação com a campanha propriamente dita.

Desvantagens

Falta de recursos

De fato, uma das maiores dificuldades desse período é a falta de dinheiro por parte do candidato que, por vezes, precisa usar recursos próprios para começar a desenvolver seu projeto de candidatura.

Falta de interesse dos eleitores

Os eleitores, de maneira geral, têm dificuldade em dar a devida atenção às campanhas e aos projetos de marketing. Levando em conta que ainda falta um tempo considerável para a eleição, a maioria da população opta por não se envolver com pesquisas políticas e candidatos no momento.

Falta de interesse dos apoiadores

Mesmo que você seja um político com muitos apoiadores, deve sempre lembrar que nesse período de pré-campanha, a maioria deles não estará a sua disposição.

O motivo é o mesmo do item anterior: falta tempo para a votação. Dessa forma, seu grupo de apoio provavelmente irá priorizar outras atividades do que ajudar em algo que não tem urgência.

Falta de interesse da mídia

Assim como os grupos mencionados anteriormente, a mídia, em geral, não prioriza noticiar uma eleição que está longe de acontecer.

Postergação de compromissos

A distância das eleições causa mais um problema. Uma vez que o grande dia da votação parece estar longe, surge uma sensação de que se pode postergar compromissos e ações sem que haja prejuízos na campanha.

Nesse contexto, percebe-se que essa sobra de tempo causa uma queda da produtividade ao tornar o candidato mais propenso aos seguintes fatores:

  • Hábito de protelação;
  • Ausência de disciplina;
  • Dificuldade de manter uma rotina de trabalho;
  • Desorganização.

Esse problema, no entanto, pode ser evitado, diferentemente dos anteriores que independem do candidato.

Apesar de ser mais difícil conseguir eleitores e apoiadores nesse período tão distante da eleição, não é impossível. Construa uma rotina de trabalho inteligente e flexível ao horário daqueles que estão te ajudando, assim você pode mantê-los constantemente engajados.

Se houver disposição por parte da sua equipe, o esforço realizado durante a pré-campanha será muito importante para que o candidato chegue na campanha com muita visibilidade e força.

Lembre-se: um candidato que deseja ser eleito deve sempre trabalhar de forma adiantada. Assim, menos imprevistos ocorrerão e a chance da vitória eleitoral aumentará.

Vantagens

Clima mais agradável

Diferentemente do período logo antes da votação, a pré-campanha não tem aquele clima de tensão, instabilidade e urgência que decai sobre os candidatos e apoiadores. Dessa forma, sua equipe de campanha pode trabalhar com mais calma e tranquilidade resolvendo problemas que dificilmente seriam solucionados durante a campanha.

Sobra de tempo

Como já foi mencionado, no período de pré-campanha o candidato tem uma sobra de tempo que só durará até o momento que se iniciar a campanha. Quando esta começar, a tranquilidade sentida irá se transformar em uma sensação de falta de tempo constante.

Assim, um candidato inteligente deve aproveitar ao máximo o prazo que possui durante a pré-campanha, pois será quase impossível recuperar o tempo perdido.

Dentro desse contexto, percebe-se que a pré-campanha é o período mais adequado para fazer um planejamento geral da campanha!

O que fazer na pré-campanha

O período de pré-campanha é útil para que o candidato faça o que achar ser de grande utilidade na preparação da campanha.

O decorrer das atividades dependerá de como o político irá organizar seus prazos e suas obrigações. Porém, o momento em que o candidato decide dar o primeiro passo em direção à eleição é um dos fatores mais influentes sobre os resultados obtidos.

Não se pode perder tempo! O quanto antes a decisão sobre a candidatura for tomada, melhor.

Confira, a seguir, 6 dicas valiosas sobre o que fazer durante a pré-campanha:

  • Descubra formas de captar recursos financeiros;
  • Descubra formas de captar recursos humanos. Ou seja, meios para construir uma boa equipe que ajudará durante a campanha;
  • Realize estudos eleitorais para entender mais sobre os anseios da população;
  • Estude e elabore projetos políticos e de governo;
  • Planeje eventos para a campanha – pense bem em como será sua logística;
  • Busque por contratos políticos que irão facilitar sua eleição.

Recorde-se disso: problemas que não são resolvidos no período de pré-campanha costumam voltar a aparecer durante a campanha. Dependendo da gravidade da adversidade, ele pode levar à derrota política.

O que pode e não pode na pré-campanha

Como é discutido no site da Jusbrasil – site profissionalizado em discussões políticas:

‘’Pré-campanha não é campanha eleitoral. Pré-campanha é debate democrático.’’

Tendo isso em vista, saiba que nem tudo é permitido durante esse período.

Apesar de haver tempo sobrando durante a pré-campanha, existem algumas limitações sobre o que o partido ou o candidato a um cargo eletivo podem fazer para se promover.

Entenda o que pode e não pode ser feito durante a pré-campanha a seguir.

É permitido no período da pré-campanha

Mencionar a candidatura

Desde 2016, o pré-candidato pode declarar publicamente que está se candidatando a algum cargo, desde que não cite o número com qual irá concorrer.

Exaltar características pessoais

Essa ação é possível desde que não haja o pedido explícito de voto por parte do candidato.

Participar de programas de rádio, televisão ou internet

Nesse caso, é responsabilidade das emissoras de rádio e de televisão manterem o tratamento isonômico dos candidatos.

Utilizar as redes sociais

Desde as eleições de 2016, o pré-candidato pode usar a internet para expor suas ideias, discutir sobre questões de interesse público e expor seus projetos políticos.

Não é permitido no período da pré-campanha

Pedir por votos

O candidato não pode pedir votos durante a pré-campanha.

De acordo com o artigo 36-A da lei eleitoral:

“Não configuram propaganda eleitoral antecipada, desde que não envolvam pedido explícito de voto, a exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidatos”

Também não é possível fazer pedido de votos de forma não explicita. Ou seja, o pré-candidato não pode falar que conta com o apoio dos eleitores no dia da eleição ou realizar qualquer outro discurso semelhante.

Utilizar de grandes quantias durante a organização da pré-campanha

Preste atenção nos gastos durante esse período, a justiça eleitoral não permite que o candidato invista expressivos gastos durante a pré-campanha, principalmente em ações relacionadas às suas estratégias de marketing.

Divulgar o número com o qual irá concorrer

Já na convenção partidária, reunião na qual o partido decide quais candidatos irão concorrer aos cargos eletivos, o político recebe o número com o qual irá concorrer. Ainda assim, fica vetada a divulgação dos números do pré-candidato e de seu partido político.

Pagar por divulgação em rádio ou televisão

Como já falamos anteriormente, o candidato pode participar de debates e expor suas opiniões publicamente em quaisquer meios de comunicação desde que seja convidado gratuitamente.

A infração reside no uso de recursos financeiros em qualquer envolvimento do candidato com a emissora.

Faz-se interessante lembrar o caso da senadora pelo Mato Grosso, Selma Arruda. Esta, em 2018, utilizou uma volumosa quantia durante a sua pré-campanha. Por conta desse valor, que chegou próximo ao valor gasto na própria campanha, a candidata teve seu mandato cassado pelo tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em casos como esse, a justiça pode identificar caixa dois ou abuso de poder econômico.

Tem alguma dúvida?

Caso tenha ficado alguma dúvida durante sua leitura, nos pergunte nos comentários abaixo. A equipe do Instituto Opus, especializada em pesquisas eleitorais, ficará feliz em ajudá-lo!

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